29 novembro 2022

22 de agosto - Dia do Folclore./Evento Poético

Informe Cultural


22 de agosto - Dia do Folclore

1- Definição

2- A pesquisa - Século XVIII

3- Requisitos para que haja classificação

4- Da Europa ao Novo mundo. Da poesia a antropologia

5- No Brasil

6- O escritor Monteiro Lobato


1- Definição:

O termo folclore é um neologismo de folk-lore, onde os vocábulos da língua inglesa folk significa "gente" ou "povo" e lore significa "conhecimento", passando a ter o significado de conhecimento tradicional de um povo.

Usada primeira vez na carta enviada pelo arqueólogo Ambrose Merton (pseudônimo de Willian Thoms) endereçada à revista londrina “The Atheneum”, que a publicou neste dia em agosto de 1845. Em comemoração,  instituiu-se mundialmente o Dia do Folclore em 22 de agosto.


2- A pesquisa - Século XVIII:

O interesse pelo folclore nasceu no fim do século XVIII, quando estudiosos como os Irmãos Grimm e Herder iniciaram pesquisas sobre a poesia tradicional na Alemanha e "descobriu-se" a cultura popular como oposta à cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais. Logo esse interesse se espalhou por outros países e se ampliou para o estudo de outras formas literárias, músicas, práticas religiosas e outros fatos chamados na época de "antiguidades populares". Neste início de sistematização os pesquisadores procuravam abordar a cultura popular através de métodos aplicados ao estudo da cultura erudita.

O termo folclore passou a ser utilizado então para se referir às tradições, costumes e superstições das classes populares. Posteriormente, o termo passou a designar toda a cultura nascida principalmente nessas classes, dando ao folclore o status de história não escrita de um povo. 


3- Requisitos para que haja classificação:

> Tradicionalidade, transmissão geracional, entendida como uma continuidade, onde os fatos novos se inserem sem ruptura com o passado, construindo-se sobre esse passado;

> Dinamicidade, a feição mutável, ainda que baseada na tradição;

Funcionalidade, o contexto dinâmico (motivo) que originou o fato, não constituindo um dado isolado;

>Aceitação coletiva, deve ser uma prática generalizada, implicando uma identificação coletiva com o fato, mesmo que ele derive das elites. Esse critério não leva em conta o anonimato que muitas vezes caracteriza o fato folclórico e que tem sido considerado um indicador de autenticidade, pois mesmo se houver autor, desde que o fato seja absorvido pela cultura popular, ainda deve ser considerado folclórico. Um exemplo disso é a literatura de cordel brasileira, geralmente com autoria definida, mas tida como elemento genuíno da cultura popular.


4- Da Europa ao Novo mundo. Da poesia a antropologia:

Mesmo que o avanço da ciência e da tecnologia tenha levado ao descrédito muitas dessas tradições populares, a influência do pensamento positivista do século XIX contribuiu para dignificá-las, entendendo-as como elos em uma cadeia ininterrupta de saberes que deveria ser compreendida para se entender a sociedade moderna. 

Assim, com a conscientização de que a cultura popular poderia desaparecer devido ao novo modo de vida urbano, seu estudo se generalizou, ao mesmo tempo em que ela passou a ser usada como elemento principal em obras artísticas, despertando o sentimento nacionalista dos povos.

Depois de iniciar e frutificar na Europa, o estudo do folclore se estendeu ao Novo Mundo, chegando ao Brasil na segunda metade do século XIX através dos precursores Celso de Magalhães e Sílvio Romero, e aos Estados Unidos, onde em em 1888, William Wells Newell, Mark Twain, Rutherford Hayes e um grupo de outros interessados fundaram a Sociedade Americana de Folclore (do inglês "American Folklore Society"), que publica um jornal em atividade até hoje, o Journal of American Folklore. A contribuição dos folcloristas norte-americanos ocorreu através de pesquisas apoiadas por universidades, definindo novas fronteiras metodológicas e lançando as bases para a fundação do folclorismo como uma nova especialidade científica, paralela à antropologia.


5- No Brasil:

O Folclore Brasileiro é o conjunto de expressões culturais populares que englobam aspectos da identidade nacional; sendo bem diversificado, e contando com atributoportus das culturas portuguesa, africana e indígena.

São exemplos mitos, lendas, brincadeiras, danças, festas, comidas típicas e demais costumes que são transmitidos de geração para geração.

Mas apesar de rico, o folclore só começou a figurar nas narrativas oficiais, a partir do século XIX e seu grande impulso ocorreu no século XX, com Mário de Andrade e a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), quando folclore ganhou um aspecto mais acadêmico.


6- O escritor Monteiro Lobato:

Monteiro Lobato fazer parte de um grupo de intelectuais nacionalistas que estudavam as características culturais de cada canto do país e o cotidiano dos mesmos. Esse grupo buscava maneiras de dar um tom brasileiro para tudo aquilo que fosse possível, fugindo da influência de outros países. E durante esses estudos, Lobato decidiu entender um pouco mais sobre o Saci-Pererê tão conhecido no interior do Brasil.

Até então, ele trabalhava como crítico sociocultural, escrevendo sobre o caboclo e tudo o que envolvia o lado mais interiorano do país. No ano 1916, ele publica o texto “A poesia de Ricardo Gonçalves”, na Revista do Brasil. Nesse trecho, é possível compreender quais eram suas intenções:

“Pelos canteiros de grama inglesa há figurinhas de anões germânicos [...] porque tais nibelungices, mudas à nossa alma, e não sacis-pererês, caiporas, mães d'água e mais duendes criados pela imaginação do povo?” (LOBATO, 1916, p. 299).

Através do seu inconformismo com a falta de identidade do Brasil, surge a ideia de explorar mais a fundo a lenda brasileira do Saci-Pererê. E, no começo de 1917, Lobato realizou um inquérito no jornal "O Estado de São Paulo" - na versão vespertina chamada "Estadinho", mais especificamente - sobre o Saci. A ideia era colher as respostas dos leitores acerca das versões da lenda.

Monteiro Lobato recebeu dezenas de respostas, encorajando-o a fazer, em seguida, um “Concurso de pintura e escultura”, visto que o inquérito despertou algo em sua alma. Como essas primeiras ações foram um verdadeiro sucesso, Lobato se lança em sua primeira aventura editorial, publicando "O Saci-Pererê: Resultado de um Inquérito". O livro teve duas edições esgotadas em menos de um ano, com uma tiragem de 7.300 exemplares (Lobato, 1944, p. 371; Cavalheiro, 1955, p. 192). O saci entra, definitivamente, para o hall da fama do imaginário brasileiro.

No ano 1921, a obra "O Saci" é criada para o público infantil, norteando, de vez, a carreira do pai da literatura infantil. E toda essa inquietude de Lobato mostra um homem múltiplo, que articula várias ações em torno de uma ideia. Excelente jornalista, crítico sociocultural, editor, escritor e publicitário.

Nessa altura, o pequeno menino negro de gorro vermelho já encantava o país através de histórias cheias de magia e imaginação, um prato cheio para as crianças da época que mal tinham com o que contar, em termos de literatura.

Monteiro Lobato conseguiu dar voz ao folclore nacional, enriquecendo ainda mais a cultura nacional. Sem dúvida, ele foi o grande responsável por popularizar a lenda do Saci em todo o país. Certamente ficaria muito feliz se pudesse viajar no tempo e ver que o Saci-Pererê ganhou uma data exclusiva - 31 de outubro - batendo de frente com a imensa fama do Halloween estrangeiro.

Lobato não apenas transformou o Saci na lenda mais popular do Brasil, como também trouxe  outras lendas, como a Iara, o Curupira e tantas outras entidades que carregam as histórias de um Brasil continental e diverso.

Fontes: Wikipédia, Brasil escola e Monteiro Lobato . com


2ª Parte: Evento Poético on line:

AVALB - Academia Virtual de Autores Literários do Brasil aplaude aos autores brasileiros e estrangeiros aqui certificados  por ordem alfabética, que apresentaram suas respectivas obras no evento comemorativo,  Festa do Folclore da A.V.A.L.B. 

Nossos agradecimentos a todos pelo conteúdo com o qual abrilhantaram a ocasião!


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