29 novembro 2022

19 de agosto - Joaquim Nabuco e o Dia do Historiador

Joaquim Nabuco


Hoje se vivo fosse, seria denominado um multitarefas, e sem dúvida uma das grandes personalidades do passado. Grande, não apenas por sua altura (1,86cm) mas por suas realizações: foi um político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Depois integrou o grupo que fundou a Academia Brasileira de Letras.


Seu nome de batismo e registro era Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo. Nasceu na cidade de Recife, estado de Pernambuco aos 19 de agosto de 1849. Seu falecimento deu-se em  Washington, EUA, no dia 17 de janeiro de 1910. 


Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador.


Nascido e educado em família escravocrata  de reconhecida importância, optou pela luta em favor dos escravos. Em sua palavras, conceituava que, "O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade". Tendo se oposto veemente à escravidão, lutou tanto por meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos; fez campanha contra a escravidão na Câmara dos Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em legislaturas posteriores, quando liderou a bancada abolicionista naquela Casa, culminando por fundar a Sociedade Antiescravidão Brasileira, como forma de conscientizar as pessoas influentes sobre a importância de uma sociedade onde todos os  homens fossem livres. Estas atividades alcançaram políticos, intelectuais e jornalistas que aumentaram a repercussão.


Como historiador e profundo conhecedor da realidade nacional de sua época, mesmo após a abolição, dizia: "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil". 


Politicamente, Joaquim se comportava entre correntes filosofico sociais. Segundo o cientista político Vamireh Chacon:

 "A filosofia política nabuqueana, em seu pensamento social e não só político e institucional, veio do liberalismo neo-girondino da juventude ao socialismo agrário de Henry George, passando pelo socialista quarante-huitard Louis Blanc e o liberalismo social neo-whig de Gladstone. Liberdade e igualdade mais a solidariedade do cristianismo social e liberal do seu tempo".


Na juventude, Nabuco manteve um relacionamento amoroso durante 14 anos com a bela investidora financeira e filantropa Eufrásia Teixeira Leite, detentora de uma das maiores fortunas do mundo à época. Eufrásia e sua irmã, Francisca Bernardina, herdaram após a morte dos pais uma fortuna equivalente a 5% do valor das exportações brasileiras. No ano seguinte, as duas jovens decidiram morar em Paris. O romance com Nabuco teve início durante a viagem de navio para a Europa em 1873, e duraria até 1887. Dois anos depois, ele se casou com Evelina Torres Soares Ribeiro, mas Eufrásia jamais se casou.


Apesar de acreditar em Deus, era averso às religiões. Mesmo assim, um de seus filhos de nome Joaquim, foi sacerdote da Igreja Católica, tornando-se monsenhor e protonotário papal.


Deixou dezessete obras escritas entre poesias, história, memórias e biografias. São elas:


– Camões e os Lusíadas (1872)

– L’Amour est Dieu – poesias líricas (1874)

– O Abolicionismo (1883)

– Campanha abolicionista no Recife - 1885

– O erro do Imperador – história (1886)

– Escravos – poesia (1886)

– Por que continuo a ser monarquista (1890)

– Balmaceda - biografia (1895)

– O dever dos monarquistas (1895)

– A intervenção estrangeira durante a revolta - – história diplomática (1896)

– Um estadista do Império - biografia, 3 tomos (1897-1899)

– Minha formação - memórias (1900)

– Escritos e discursos literários (1901)

– Pensées detachées et souvenirs (1906)

– Discursos e conferências nos Estados Unidos - tradução do inglês de Artur Bomilcar (1911)

– Obras completas (14 volumes) organizado por Celso Cunha (1947-1949)

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