30 abril 2023

29 de abril: Posse do acadêmico Anibal Jose Garcia Espinoza

Na tarde de hoje, 29 de abril de 2023, foi realizada a posse do acadêmico Anibal Jose Garcia Espinoza, na Cadeira n° 9, tendo por Patrono Andres Eloy Blanco. A AVALB por sua fundadora, moderadoras e acadêmicos, lhe dão boas vindas, desejando sucesso em sua trajetória poética e literária.

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Segue a transcrição 
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Neste ato, realizado no dia 29 de abril de 2023, a partir das 14h na página da A.V.A.L.B. — Academia Virtual de Autores Literários do Brasil sitiada no Facebook, damos posse a ANÍBAL JOSÉ GARCIA ESPINOZA, como ACADÊMICO EFETIVO, ocupando a Cadeira n° 9, tendo por patrono o poeta ANDRES ELOY BLANCO, ambos de nacionalidade venezuelana, ressaltando-se que, o acadêmico a ser empossado é residente no Brasil faz cinco anos, portanto capacitado à efetivação.


Em sequência, apresentamos: 

1- Biografia do Acadêmico;

1.1- Poesia do Acadêmico;

2- Panegírico do Patrono — Andres Eloy Blanco;

2.1- Um poeta que deu nome a um Município.

2.2- Poesia do Patrono.


1- Biografia do Acadêmico


Aníbal José Garcia Espinoza, é nacional da 

Venezuela, e optou por residir no Brasil  com sua esposa e os três filhos desta união que já dura dezessete anos.

A residência brasileira por cinco anos, na cidade de Manaus, transparece o ânimo definitivo e o habilita a tornar-se acadêmico, conforme o Estatuto desta academia. É pertinente informar que  atualmente, o mesmo  encontra-se cursando nível superior na área de Letras (Português/Espanhol) pela Universidade Anhanguera, em Manaus no Estado do Amazonas.

Dentro das tendências literárias, é adepto da poesia, e faz o exercício desta arte em vários grupos poéticos no âmbito digital. Nele, tem sido agraciado com vários reconhecimentos e certificados. Participou e encontra-se publicado em  duas antologias: uma em poesia Gaonesa e outra dedicada à mulher. 


1.1- Poesia do Acadêmico


Um vulcão em erupção 

- Aníbal José Garcia Espinoza


Meus senhores eu não sou um escritor

Eu sou apenas um simples mar inquieto

querendo acariciar o infinito

Eu sou a semente de um semeador 


Meus senhores eu não sou um escritor

Eu sou apenas o sussurro do vento

querendo expandir versos, um soneto

eu sou esse delírio de um sonhador


Meus senhores eu não sou um escritor

Eu sou a melodia de uma canção

Eu só estou procurando por paz e amor


Digo e direi com convicção

Não sou poeta, nem escritor

Mais sim, sou um vulcão em erupção


2- Panegírico do Patrono — Andres Eloy Blanco


Andrés Eloy Blanco, foi poeta, contista, dramaturgo, jornalista, biógrafo, orador e ensaísta; nasceu em 6 de agosto de 1896 em Cumaná, Estado Sucre, Venezuela e faleceu em um acidente automobilístico na Cidade do México, México, aos 21 de maio de 1955. 


Como poeta pertenceu a "Geração de 28".

Seus primeiros poemas, "O Solitário de Santa Ana" e "Walkyria", apareceram em 1911 no jornal El Universal de Caracas. Em 1916 obteve o primeiro lugar nos Jogos Florais de Caracas em 1916.


Cursou Direito (1914-1919) e Políticas  Sociais na Universidade Central da Venezuela. Nesse período participou em manifestações estudantis que o levaram várias vezes ao cárcere. Opositor à ditadura de Juan Vicente Gómez, esteve na prisão de 1928 até 1934, onde escreveu várias de suas obras.


Foi um dos fundadores do Partido da Ação Democrática (AD), e Ministro das Relações Exteriores da Venezuela de 15 de fevereiro até 24 de novembro de 1948, durante a fugaz presidência do escritor Rómulo Gallegos Freire.


Blanco, soube transitar desde o modernismo (um poema seu é uma homenagem a Rubén Darío) para as formas da poesia popular: coplas, corridos, décimas, romances. Sua obra poética é composta por: O pomar da Epopéia ("El huerto de la Epopeya", 1918), Terras que me ouviram ("Tierras que me oyeron",1921); As quatro portas (1924), O amor não foi aos touros ("El amor no fue a los toros, 1924), Poda (1934), "La Aeroplana Clueca" (1935 - Capítulos em Prosa), Baedeker 2000 (1938),  Barco de Pedra ("Barco de Piedra", 1937), Abigaíl (1937 - Peça teatral), Malvina recobrada (1938- em Prosa), Liberación y Siembra (1938- em prosa, traduzido para o inglês como "Liberation and Harvest"), Anjinhos Negros ("Angelitos Negros"; "Black Little Angels",  1943 - poesia homônima que deu título ao livro e também convertida em letra de música e fonograma), Seus melhores poemas (1943), Um ano de sua luz (1951), O poeta e o povo ("El Poeta y el pueblo", 1954), Giraluna (1955) e "La Juanbimbada" (1959) que foi publicada após sua morte.


2.1- Um poeta que deu nome a um Município


Por sua importância cultural e política, em 8 de abril de 1978 (pouco antes de completar 23 anos de sua morte), por decreto legislativo, foi criada a comarca de Andrés Eloy Blanco e sua única paróquia, Pío Tamayo, tendo por capital Sanare. No ano de  1990, a Lei do Regime Municipal foi reformada, e o Distrito passou a Município Andrés Eloy Blanco, que atualmente possui uma população de 31.000 pessoas aproximadamente.


2.2- Poesia do Patrono


A Renúncia 

- Andres Eloy Blanco


Renunciei a ti. Era impossível.

Foram vapores, fantasia pura.

São ficções que por vezes dão ao inacessível

Uma proximidade de lonjura.


Fiquei olhando o rio que tentava

Fazer-se fita para a estrela...

Mergulhei as mãos loucas em pós dela

E soube então que no alto a estrela estava.


Renunciei a ti sinceramente

Como a Deus renuncia o delinqüente.

Renunciei a ti como o mendigo

Que não se deixa ver ao velho amigo.


Como quem vê partir grandes navios

No rumo de impossíveis e ansiados continentes.

Como um cão que arrefece os amorosos brios

Diante de um cão maior que lhe arreganha os dentes.


Marujo que recusa o porto certo,

Buque errante que foge o farol claro.

Sou como cego junto ao livro aberto,

Menino pobre ante o brinquedo caro.


Renunciei a ti qual renuncia

O louco a quanto a boca pronuncia.

Como esses pobrezinhos outonais

De olhos estáticos e mãos vazias

Que a renúncia disfarçam bafejando cristais

Sobre as vitrinas das confeitarias.


Renunciei a ti, a cada instante

Renunciamos um pouco ao que quiséramos,

E afinal quantas vezes o desejo minguante

Pede um pedaço do que dantes éramos!


Rumo ao meu próprio nível. Estou tranqüilo, frio.

A tudo renunciando, serei meu próprio dono,

E desfazendo rendas regressarei ao fio.

A renúncia é a viagem de regresso, do sono.






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