22 abril 2023

22 de abril: Posse do acadêmico Vainer Augusto de Oliveira


Na tarde de hoje, 22 de abril de 2023, foi realizada a posse do acadêmico Vainer Augusto de Oliveira, na Cadeira n° 7, tendo por Patronesse Cora Coralina. A AVALB por sua fundadora, moderadoras e acadêmicos, lhe dão boas vindas, desejando sucesso em sua trajetória poética e literária.

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Segue a transcrição 
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Neste ato, realizado no dia 22 de abril de 2023, a partir das 14h na página da A.V.A.L.B. — Academia Virtual de Autores Literários do Brasil sitiada no Facebook, damos posse à VAINER AUGUSTO DE OLIVEIRA, como ACADÊMICO EFETIVO, ocupando a Cadeira n° 7, tendo por patronesse a poetisa CORA CORALINA.

Em sequência, apresentamos: 
1- Biografia do Acadêmico;
1.1- Poesia do Acadêmico;
2- Panegírico da Patronesse — Cora Coralina;
2.1- Poesia da Patronesse.

1- Biografia do Acadêmico

Vainer Augusto de Oliveira, considera-se um aprendiz de escritor desde os 10 anos de idade, quando iniciou na poesia. Natural do Rio de Janeiro tem formação superior em Direito, Ciências políticas e Teologia; Especialista em Gestão Executiva de Fundo de Pensão é Mestre em Direito Público, com docência em ambas as áreas, e também, Mestre em Teologia, Psicologia Bíblica e Aconselhamento Comportamental Cristão. Fora a área técnica de sua formação, publicou várias poesias virtualmente e, na forma física, por meio de várias antologias ao longo da última década.

1.1- Poesia do Acadêmico

Cora Coralina Fonte de Inspiração
Por Vainer Oliveira©

Me vesti de poesia, calçando o lirismo,
Com o objetivo de alimentação d’alma,
Com toda a essência espargida do amor,
Ainda não revelado explicitamente.
Saga, senda, solicitude estamparam no firmamento,
Aos reflexos do raiar de um novo dia.

Como diria a Cora Coralina das métricas poéticas,
Ao revelar o recôndito do peito,
Me inspirar em você é certeza de sucesso no texto.
Entre a dor e ressentimentos do passado,
Hoje vivo uma vida plena e esvoaçante.

Sou homem verdadeiro, ser pensante.
Sou raso e profundo de sentimentos.
Pureza mediadora entre o ser e não ser,
Um viajante solitário do tempo fugaz.
Sou vento forte de um bem-querer,
Aonde a natureza se faz e refaz.

Sou poesia, um poeta em devaneio.
Sou loucura, paixão e amor.
Sou aquele que disse ao que veio.
Sou um ser transparente e furta cor.

Rasgo o verbo no coração em alegria,
Ao contemplar o espectro da nudez,
Rimando e reinventando a poesia,
Nos meus versos, sou repleto de sensatez.

Curto profundamente de Cora a Poesia,
Como um aprendiz de poeta alado.
Coralina inspira meu dia a dia,
Transforma meu coração e me faz encantado.

Vem de Cora o saber, que tudo sabe profundamente.
De Coralina surge o conhecimento, o aprender,
A cultura arraigada que é semente!
De Cora li um dia: "Não sei se a vida é curta,
Ou longa para nós".
Só sei que me rasga, me furta esse momento a sós.

Sei que nada do que vivo tem sentido,
Se não toco o coração das pessoas.
Um dia pensei seriamente em desistir,
Porque nada em sentimentos me fazia feliz.
Nem mesmo as notícias eram eficazes e boas.

Mergulhei profundo de cabeça no tempo,
Pus-me a rir, com ênfase na força motriz,
Do pensar mediano encrustado no cárcere da mente.

Foram pensamentos sem sentido,
Da incerteza se a vida é curta ou não.
De que vale pessoas de coração ferido,
Como opção só caminham na contramão.

Pronunciei contra os algozes dos meus juízos,
Por causa de toda a sua malícia.

Ao me deixarem a mim abandonado,
Na marginal desregrada do léxico,
Passaram a queimar na vida o incenso,
Cultuando a pobreza de uma melodia,
Sem rima, sem som e inodora.

Oferecidos ao inoportuno e ao insano
Não me encurvei diante das obras,
Opressoras e mortas das suas próprias mãos.
Insurreto, busquei regozijo e satisfação,

Nos fenômenos da natureza, desatando todos nós.
Derramei em gemidos essas palavras,
Como forma exaustiva de pensar,
Em que surgiram no retrovisor da minha vida:
"Não sei se a vida é curta, ou longa para nós
Ou “Meu coração é terra que ninguém vê”.

2- Panegírico da Patronesse — Cora Coralina

Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto (1889-1985).

Nasceu na cidade de Goiás, antiga Villa Boa de Goyaz, filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e Jacinta Luísa do Couto Brandão.

Aos 15 anos de idade, Ana se tornou Cora, derivativo de coração. Coralina veio depois, como uma soma de sonoridade e tradução literária.

Poeta e contista brasileira de prestígio, Cora se tornou um dos marcos da nossa literatura. Iniciou sua carreira literária aos 14 anos com o conto Tragédia na Roça, publicado no Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás.

Casou-se com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Brêtas e teve seis filhos. O casamento a afastou de Goiás por 45 anos.

Ao voltar às suas origens, viúva, iniciou uma nova atividade, a de doceira (conheça a obra Doceira e Poeta). Além de fazer seus doces, Aninha, como também era chamada, escreveu a maioria de seus versos nas horas vagas ou entre panelas e fogão.

Cora publicou o seu primeiro livro aos 76 anos e despontou como detentora de uma das maiores expressividades da poesia moderna.

Em 1982, mesmo tendo estudado somente até o equivalente ao segundo ano do atual Ensino Fundamental, recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás.

No ano seguinte, foi a vencedora do concurso Intelectual do Ano do Troféu Juca Pato, tornando-se a primeira mulher a receber tal honraria.

Em 1984, foi eleita Símbolo da Mulher Trabalhadora Rural pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Após a morte da poeta, em 1985, amigos e parentes se reuniram e criaram a Associação Casa de Cora Coralina, entidade de direito privado e sem fins lucrativos que mantém o Museu Casa de Cora Coralina.

Cora Coralina teve cinco obras póstumas publicadas: os livros infantis Os meninos verdes (1986), A moeda de ouro que um pato engoliu (1997) e O prato azul-pombinho (2001), além dos livros de poesia Tesouro da casa velha (1996) e Vila Boa de Goiás (2001).

Cora Coralina foi discriminada por representar a figura de uma senhora de cabelos brancos que não era vista com seriedade. Se não bastasse ser mulher, velha e sem posses, as escolhas estéticas feitas por Cora não agradavam aos críticos, entre os motivos, por optar por um vocabulário popular e personagens marginalizados, como escravas e sinhás, analfabetas e professoras, prostitutas e lavadeiras”.

O reconhecimento de sua obra veio nos cinco últimos anos de sua vida, a poetisa Cora Coralina teve o reconhecimento de sua obra e foi bastante homenageada. Além do artigo escrito por Carlos Drummond de Andrade, em 1980, que deu projeção à poesia da autora, nesse mesmo ano, ela recebeu o Troféu Jaburu, concedido pelo governo de Goiás.

O Troféu Juca Pato chegou em 1983, um prêmio anual da União Brasileira dos Escritores (UBE) foi concedido a renomados autores da literatura brasileira. Cora Coralina foi a primeira mulher, desde o início da premiação (1963), a receber essa homenagem.

Além dos prêmios, a poetisa recebeu também, em 1983, o título dedoutora honoris causa da Universidade Federal de Goiás (UFG).

2.1- Poesia da Patronesse

Poesia favorita do acadêmico de autoria de sua Patronesse:

Saber Viver 
– Cora Coralina

Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto durar




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