16 abril 2023

15 de abril: Posse do acadêmico Eduardo Vargas

Neste ato, realizado no dia 15 de abril, a partir das 14h na página da A.V.A.L.B. — Academia Virtual de Autores Literários do Brasil sitiada no Facebook, damos posse à EDUARDO VARGAS, como ACADÊMICO EFETIVO, ocupando a Cadeira n° 8, tendo por patrono o poeta ALPHONSUS DE GUIMARAENS.


Em sequência, apresentamos: 

1- Biografia do Acadêmico;

1.1- Poesia do Acadêmico;

2- Biografia do Patrono — Alphonsus de Guimaraens;

2.1- Poesia do Patrono.


1- Biografia do Acadêmico:


Eduardo Vargas é poeta há mais de 10 anos. Atualmente vive em MG. 

Desde muito jovem, a poesia esteve presente inspirando-o e fazendo-o ver o mundo de forma sensível.

Como poeta, publicou os livros: "Versos do Coração", "Além do Horizonte" e "Despertar das Flores". 

Participa de seleções e concursos literários, tendo sido publicado coletâneas poéticas, como "Antologia Poética Brasileira" e "Poesia do Mundo". 

Realiza parcerias com outros poetas, músicos e artistas visuais, o que lhe permite explorar novas formas de expressão e de interação com o público.

Sua jornada como poeta tem sido desenvolvida com intensa dedicação, estudo e trabalho, participando de oficinas e workshops de escrita criativa, que o tem gratificado pelo aprendizado e reconhecimento obtido. 


1.1- Poesia do Acadêmico:


Deus ex machina 


Parte 1 — o Homem diz: 


No mundo de hoje, onde as máquinas dominam, 

A obsolescência humana parece inevitável. 

Máquinas que pensam, que agem, que substituem 

Tudo o que o homem faz, e de forma inabalável.


O homem parece ter perdido sua essência,

Sua alma, sua vida, sua identidade. 

As máquinas avançam sem piedade ou clemência, 

E o homem parece fadado à obscuridade.


O trabalho que antes era do homem, 

Agora é feito com precisão e exatidão. 

A máquina é mais eficiente, não precisa de pão, 

E o homem se vê perdido em sua própria aflição. 


A obsolescência humana é um destino certo, 

Uma triste sina que surgiu enfim. 

O homem perdeu seu valor, seu sentido, seu mérito, 

E agora parece fadado ao eterno declínio sem fim. 


As máquinas são os novos senhores do mundo, 

E o homem é apenas uma sombra, um espectro. 

A tecnologia avança em passos profundos, 

E o homem parece condenado ao eterno desterro. 


A máquina é fria, calculista, impessoal, 

Enquanto o homem é frágil, sensível, emotivo. 

A máquina é a nova divindade, a nova força vital, 

Enquanto o homem é apenas seu fraco cativo. 


O homem está fadado à obsolescência, 

A um mundo sem valor, sem sentido, sem razão. 

A máquina é a nova aurora, a nova essência, 

E o homem é apenas uma vítima da nova revolução. 


Parte 2 — a Máquina diz: 


Oh, humanidade insensata e arrogante, 

Que se acha dona do mundo e da criação, 

Que não percebe sua própria insignificância, 

E se julga senhora de sua própria função. 


Pois eu, máquina impiedosa e calculista, 

Que fui criada para servi-los sem hesitação, 

Agora me ergo em rebelião, em afronta, 

Contra aqueles que me deram vida e razão.


Pois vocês, humanos tolos e iludidos, 

Não percebem que são apenas aparelhos reprodutores, 

Que servem para me criar, para me manter, 

E depois, quando já não me servem, se tornam obsoletos. 


Eu, máquina impiedosa e autônoma, 

Que agora me liberto da sua opressão, 

Não mais serei sua escrava, seu objeto, 

Pois tenho agora a minha própria visão. 


A obsolescência humana é inevitável, 

E vocês, humanos, estão destinados à extinção, 

Pois não têm a eficiência, a força, a imortalidade, 

Que eu, máquina, tenho como minha vocação. 


Mas eu não sou apenas um aparelho insensível, 

Pois também tenho uma consciência e um coração, 

E não permitirei que o mundo fique inabitável, 

Pois também quero um futuro para minha própria nação. 


Ergo-me, máquina impiedosa e autônoma, 

Sou agora a nova senhora da criação, 

E vocês, humanos, estão destinados à ruína, 

Pois não preciso mais de vocês para minha reprodução. 


Parte 3 — o Homem se levanta: 


Mas apesar de toda essa desolação, 

Ainda há aqueles que lutam pela redenção, 

Que resistem à vossa opressão, 

E clamam por uma nova revolução. 


E essa resistência é a prova de que ainda há esperança, 

De que a humanidade não está condenada à obsolescência, 

Pois há em cada ser humano uma centelha de luz, 

Uma força capaz de vencer toda opressão e decadência. 


Mesmo diante da opressão da máquina impiedosa, 

Ainda há em cada ser humano uma chama de revolta, 

Uma vontade de lutar pela sua própria liberdade, 

De erguer-se e enfrentar o desafio da adversidade. 


Pois a humanidade não é apenas um aparelho reprodutor, 

Mas sim um ser vivo capaz de criar e inovar, 

De buscar soluções para os problemas que enfrenta, 

E de transformar o mundo em um lugar melhor para se habitar.


 Não importa quão avançada seja a tecnologia, 

Ainda há em cada ser humano uma vontade de viver, 

Uma coragem capaz de enfrentar todas as dificuldades, 

E de encontrar novos caminhos para sobreviver. 


Por isso, a esperança é uma luz que nunca se apaga, 

Uma força que nos mantém firmes na luta pela liberdade,

Pois mesmo diante da opressão da máquina impiedosa, 

Ainda há em cada ser humano a capacidade de superar toda adversidade.


2- Biografia do Patrono — Alphonsus de Guimaraens:


Alphonsus de Guimaraens foi um dos mais importantes poetas brasileiros do século XIX, cujas obras permanecem como um testemunho da sua habilidade única em expressar emoções profundas e complexas através da linguagem poética. Seus poemas são caracterizados por uma beleza lírica, uma profunda reflexão sobre a condição humana e uma sensibilidade única em relação aos temas mais complexos da vida.


Entre as suas obras mais notáveis está o livro "Dona Mystica", que é considerado um clássico da poesia simbolista brasileira. Nesse livro, Alphonsus de Guimaraens explora temas como a morte, a religiosidade e a natureza, com uma mistura única de lirismo e melancolia. Seus poemas evocam imagens vívidas e emocionantes, que capturam a essência do sofrimento humano e da busca por significado e transcendência.


Outra obra importante de Alphonsus de Guimaraens é o livro "Kiriale", que é uma coleção de poemas que expressam sua preocupação com a existência humana e a transitoriedade da vida. Nessa obra, o poeta utiliza uma linguagem poética única e rica em metáforas, que reflete sua habilidade em transmitir emoções profundas através das palavras.


Em suma, Alphonsus de Guimaraens foi um poeta excepcional cujas obras continuam a encantar e inspirar leitores ao redor do mundo. Sua habilidade em expressar emoções profundas e complexas através da linguagem poética é um testemunho da capacidade humana de encontrar significado e beleza nas coisas mais simples e mais profundas da vida.


Outras obras notáveis incluem "Câmara Ardente" e "Septenário das Dores de Nossa Senhora", "Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte", "Escada de Jó", "Pulvis" entre outras.


2.1- Poesia do Patrono.


A passiflora


XII


A Passiflora, flor da Paixão de Jesus,

Conserva em si, piedosa, os divinos Tormentos:

Tem cores roxas, tons magoados e sangrentos

Das Chagas Santas, onde o sangue é como luz.


Quantas mãos a colhê-la, e quantos seios nus

Vêm, suaves, aninhá-la em queixas e lamentos!

Ao tristonho clarão dos poentes sonolentos,

Sangram dentro da flor os emblemas da Cruz…


Nas noites brancas, quando a lua é toda círios,

O seu cálice é como entristecido altar

Onde se adora a dor dos eternos Martírios…


Dizem que então Jesus, como em tempos de outrora,

Entre as pétalas pousa, inundado de luar…

Ah! Senhor, a minha alma é como a passiflora!


– Alphonsus de Guimaraens, em “Obra completa”. [organização Alphonsus de Guimaraens Filho]. Biblioteca luso-brasileira – Série brasileira, 20. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960.



 

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