26 agosto 2023

Posse Acadêmica: Poesia Maria/Patronesse: Cecília Meireles


Neste ato, realizado no dia 26 de agosto de 2023, a partir das 14h na página da A.V.A.L.B. — Academia Virtual de Autores Literários do Brasil sitiada no Facebook, damos posse a POESIA MARIA, como ACADÊMICA EFETIVA, ocupando a Cadeira n° 1, tendo por patronesse a poetisa CECÍLIA MEIRELES, 


Em sequência, apresentamos: 

1- Biografia da Acadêmica;

1.1- Poesia da Acadêmica;

2- Panegírico da Patronesse — Cecília Meireles;

2.1-  Poesia do Patronesse.


1- Biografia da acadêmica:

Nascida no Rio de Janeiro em agosto de 1964, teve na infância a companhia constante de sua avó Esmeralda (descendente de ciganos e portugueses por herança materna, e filha do jornalista Antônio Francisco Lisbôa) que lhe alfabetizou aos cinco anos, ensinando a importância dos livros, enquanto seus pais desenvolviam suas carreiras profissionais. Começou a escrever contos aos dez anos e poesias aos doze. Concluiu os estudos secundários em 1982 especializando-se em didática para portadores de Síndrome de Down, e abandonou o balé clássico (onde permaneceu por 14 anos) ao ingressar na faculdade de Direito (1983). Tornou-se catequista, advogada canônica  e por serviços prestados à Igreja Católica Romana  recebeu documento de bênção especial expedido pelo Papa João Paulo II em 1988. Desde sua graduação (1986), vem exercendo sua profissão, na qual pós-graduou-se ("lato senso") em 1991 na área de Direito empresarial; integrou o conselho do Instituto de Direito Comercial Carvalho de Mendonça sediado na Ilha do Governador (1990-1998); e possui trinta e oito anos de exercício  profissional. 

Poesia Maria tornou-se o "alter ego" em termos de sua vida nas letras, consistindo  em nome artístico e, também,  pseudônimo, com o qua assina as publicações em antologias e revistas literárias.


Carreira literária: 

Membro Acadêmico de Honra AIAP - Academia Intercontinental de Artistas e Poetas sediada no Estado do Paraná/ Matr. 750/21, tendo por patrono Carlos Drummond de Andrade; Membro Acadêmico AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura onde ocupa a Cadeira n° 56, tendo por patrono Jorge de Lima; fundou o grupo Portal Arcádia (originalmente criado no extinto Orkut); é coordenadora e moderadora nos grupos AVALB, Amigos da AVALB e AVALB Acadêmicos, sendo C.E.O. (Chief Executive Officer) da Academia Virtual de Autores Literários do Brasil desde junho do corrente ano, com gerenciamento da página oficial e blog.


Publicações:

• Coletânea de Poetas brasileiros 2022, 

• Coletânea Poemas do eu (ed. Persona).

• Coletânea de contos, gênero terror: Mistérios noturnos da ed. Arkanus.

• Coletânea de crônicas Mãe só tem uma (luso-brasileira - ed. Viverarte) e 

• Coletânea de crônicas Palavras sem fronteiras (Brasil/EUA - ed. Viverarte).


Concurso internacional:

• Escritora finalista do Brasil junto a Universidade de Salamanca (Espanha) no concurso internacional "Cuenta me un conto 2022". 


Participante nas antologias:

• Antologia 100 anos da Semana de Arte Moderna AIAP 2022, livro físico em 2 volumes (acadêmicos da AIAP), Casa Editorial.

• Antologia PoesiaBR n° 02, Editora Versiprosa, 2022. 


Certificações em eventos virtuais: 244.


Revistas:

• Presente na edição da Revista LiteraLivre n° 33, edição de junho 2022.

• Presente na edição n° 57 da Revista de Poesia Temática Cabeça Ativa, ed. 14 anos (2022).


Antologias virtuais/e-book: 

• Mulher Força e Superação, 

• Mãe sinônimo do verbo amar, 

• Pai um elo para sempre, 

• O amor está no ar, 

• Natal 2022, 

• Antologia de 6 anos da AMCL, 

• Antologia Mulher essência da Vida (2023) 

• Antologia Mãe Presença Eterna (2023), 

• Antologia Sinfonia do Amor (2023);

• Pai farol que ilumina o caminho (2023),

todas produzidas e distribuídas internamente no formato e-book pela AMCL - Academia Mundial de Cultura e Literatura e publicadas em livro físico.


- Com poesia selecionada para edição na antologia:

• Antologia "Palco Antológico" da ABMLP (Academia Biblioteca Mundial de Literatura y Poesía) 


1.1- Poesia da acadêmica


Música

(Homenagem a Teddy Vieira)

- Poesia Maria©


Tem gente que é meio passarinho 

espalha música no ar 

faz dela o seu caminho 

para nosso coração encantar!


Menino da porteira que era bom de mira

Teddy Vieira ajudou a fundar 

duas gravadoras de música caipira

dando ênfase ao anseio popular!


Assinou centena de letras musicais

que todos nós conhecemos bem

tragédias, romances e apelos sociais

soube se manter atual como ninguém! 


E da beleza de seu trabalho inspirador

ouvindo as histórias que a música encerra

minha alma se alegra recheada de amor

sentindo orgulho do povo da minha terra!


©Música; Poesia Maria; 4/agosto/2023


2- Biografia da Patronesse 


É comum que coincidências de alguns fatos vividos aproxime umas  pessoas de outras, dando origem aos apreciadores e admiradores. Assim foi comigo. Sempre senti uma grande afinidade, além de nutrir profunda admiração pelo ser humano e o legado deixado por Cecília Meireles, esta grande expoente da poesia nacional. Me identifiquei com o fato de sermos filhas únicas, por nossas mães serem funcionárias públicas, pelos pais que eram bancários, por crescermos em companhia das avós, termos babás contadoras de histórias, aprendermos a ler muito cedo e escrever poesias ao terminar a fase da infância, por cursar o Normal e sermos oradoras, cada uma em sua época, além de apreciar livros, um caminho natural para crianças do passado que conviviam basicamente com adultos.  Por essas razões, a escolhi como minha patronesse, e apresento, o panegírico que segue abaixo descrito.


2.a- Introdução

Cecília Meireles ou Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu em 7 de novembro de 1901 no bairro do Rio Comprido, Rio de Janeiro, e faleceu na capital de seu estado natal, aos 9 de novembro de 1964. 


Foi escritora, jornalista, professora e pintora, sendo considerada uma das mais importantes poetisas do Brasil.

Sua obra de caráter intimista possui forte influência da psicanálise com foco na temática social. Embora sua obra apresente características simbolistas, Cecília destacou-se na segunda fase do modernismo no Brasil, no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia de 30".


Como professora, ela fez muito para promover reformas educacionais e defendeu a construção de bibliotecas infantis. Entre 1935 e 1938, lecionou na universidade de curta duração do distrito federal do Rio de Janeiro.


2.b- Vida 

Cecília teve uma existência dedicada a educação e cultura. Ela era filha única de um casal de funcionários públicos. O início de sua vida foi cercado de profundas perdas, pois seu pai Carlos, morreu três meses antes dela nascer, e quando completou três anos de idade, faleceu a mãe. À partir de então, passou a morar com sua avó materna, Jacinta (portuguesa nascida na Ilha de S. Miguel, Açores) e , Pedrina, a babá, lhe contava histórias à noite.  


Cecília cursou o ensino fundamental na Escola Municipal Estácio de Sá e o concluiu em 1910. Recebeu das mãos de Olavo Bilac, inspetor da escola, uma medalha pelo esforço e excelente desempenho "com distinção e louvor".

Nessa época, ela já demonstrava paixão por livros, chegando a escrever seus primeiros versos. Também demonstrava interesse pela música, o que a levou estudar canto, violão e violino no 

Conservatório Nacional de Música, 


Cecília era curiosa e sozinha, sobretudo porque sua avó não a deixava sair de casa para brincar, mesmo quando era chamada por outras crianças. A infância solitária rendeu à futura escritora dois pontos que, para ela, foram positivos: "a solidão e o silêncio".


De 1917-1935: período de formação acadêmica.

Em 1917, formou-se na Escola Normal do Distrito Federal (Rio de Janeiro), onde por consenso, foi escolhida como oradora do 

seu grupo de formatura; passando a lecionar em 1918 e no ano seguinte, publicando seu primeiro livro.

Casou-se com Correia Dias, o que lhe proporcionou o contato com o movimento poético em Portugal,  porém, a união com o ilustrador não foi fácil devido as dificuldades financeiras, que a levaram a trabalhar em uma página diária sobre 

educação no Diário de Notícias e a  colaborar na revista luso-brasileira 

"Atlântico", visando o aumento de renda.

Preocupada com a qualidade do ensino e a escassez de livros didáticos, escreveu e publicou em 1923 o livro infantil "Criança, Meu Amor", com prosas para o ensino primário, hoje, fundamental. A obra foi adotada pela Diretoria Geral da Instrução Pública do Distrito Federal e aprovada pelo Conselho Superior de Ensino do Estado de Minas Gerais e Pernambuco, entrando na lista de leitura de livros paradidáticos.


No ano de 1930 foi realizado um concurso na Escola Normal que buscava preencher o cargo de professor catedrático. Cecília dedicou-se à ele e na primeira etapa  sustentou a tese "O Espírito Vitorioso", 

onde defendia "a escola moderna" e destacava os princípios de liberdade, de inteligência, de estímulo à observação e à experimentação. Aprovada, seguiram outras provas e somente dois continuaram disputando: Cecília Meireles e Clóvis do Rego Monteiro. Após mais duas etapas, seu concorrente conquistou o cargo. Mas grandes surpresas viriam na segunda metade dos anos trinta, e Cecília iria a locais que só vira em mapas e livros.


Vieram os anos 1935 a 1964, cabendo ressaltar, que em 1964 ela publicou dois livros seguidos. Mas, voltemos a 1935, pois nesse período, Cecília publicou diversas obras e traduções, realizando pesquisas históricas, visitando e vivendo em países como, Argentina, Bélgica, 

Holanda, EUA, Índia e Israel. Nesta época, teve algumas de suas obras traduzidas para os idiomas: alemão, espanhol, 

francês, húngaro, inglês e italiano.


De 1935 a 1938 foi professora de Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária na Universidade do Distrito Federal (na época sediada no Rio de Janeiro).


Em 1940, deu um curso de literatura e cultura brasileira na Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos). Ao longo da década, ela viajou pelas Américas, passando pelo México, Chile, Uruguai e Argentina, sempre em função da educação.

  

Se aposentou do cargo de diretora da Prefeitura do Distrito Federal e, em 1951, viajou à França, Bélgica, Holanda e Açores.


Em 1953, por convite do primeiro-

ministro Jawaharlal Nehru, viajou à Índia 

onde participou do congresso sobre 

Gandhi em Goa. Em Nova Deli, recebeu das mãos do presidente o título "Doctor 

honoris causa" por suas traduções da obra de Rabindranath Tagore.


No ano de 1954, fez nova viagem à Europa, e em 1958, visitou Israel.


Em 1962, Cecília descobriu um câncer no estômago. Ela fechou definitivamente seus olhos azuis esverdeados aos 9 de novembro de 1964 no Rio de Janeiro, aos 63 anos. 


2.c- Algumas das obras publicadas por Cecília Meireles:


・Espectros, 1919

・Criança, meu amor, 1923

・Nunca mais, 1923

・Poema dos Poemas, 1923

・Baladas para El-Rei, 1925

・O Espírito Vitorioso, 1929

・Saudação à menina de Portugal, 1930

・Batuque, samba e Macumba, 1933

・A Festa das Letras, 1937

・Viagem, 1939

・Olhinhos de Gato,1940

・Vaga Música, 1942

・Poetas Novos de Portugal, 1944

・Mar Absoluto, 1945

・Rute e Alberto, 1945

・Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1948

・Retrato Natural, 1949

・Problemas de Literatura Infantil, 1950

・Amor em Leonoreta, 1952

・Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952

・Romanceiro da Inconfidência, 1953

・Poemas Escritos na Índia, 1953

・Batuque, 1953

・Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955

・Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955

・Panorama Folclórico de Açores, 1955

・Canções, 1956

・Giroflê, Giroflá, 1956

・Romance de Santa Cecília, 1957

・A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957

・A Rosa, 1957

・Obra Poética,1958

・Metal Rosicler, 1960

・Poemas de Israel, 1963

・Antologia Poética, 1963

・Solombra, 1963

・Ou Isto ou Aquilo, 1964

・Escolha o Seu Sonho, 1964


2.b.1- Publicadas postumamente: 


・Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de Janeiro, 1965

・O Menino Atrasado, 1966

・Poésie (versão francesa), 1967

・Antologia Poética, 1968

・Poemas Italianos, 1968

・Poesias (Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969

・Flor de Poemas, 1972

・Poesias Completas, 1973

・Elegias, 1974

・Flores e Canções, 1979

・Poesia Completa, 1994

・Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998

・Canção da Tarde no Campo, 2001

・Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols. (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

・Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)

・Episódio Humano, 2007


2.1- Poesia da Patronesse


Li essa poesia aos dezesseis anos.

E ela me encantou para toda a vida!


Retrato

- Cecília Meireles


Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.


Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.


Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

— Em que espelho ficou perdida

a minha face?


Aqui encerro o panegírico, manifestando minha completa admiração por todo o legado que Cecília Meireles deixou para todos nós. Sem dúvida, uma poetisa que encanta àqueles que têm a oportunidade  de acessar, ler e conhecer sua obra.





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