30 setembro 2023

Posse Acadêmica: Arthur Marques de Lima/Patrono: Gonçalves Dias

 

Neste ato, realizado no dia 30 de setembro  de 2023, a partir das 14h na página da A.V.A.L.B. — Academia Virtual de Autores Literários do Brasil sitiada no Facebook, damos posse a ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA, como ACADÊMICO EFETIVO, ocupando a Cadeira n° 12, tendo por patrono o poeta CASTRO ALVES.


Em sequência, apresentamos: 

1- Biografia do Acadêmico;

1.1- Poesia do Acadêmico;

2- Panegírico do Patrono — Castro Alves;

2.1- Poesia do Patrono.


1- Biografia do Acadêmico:

Arthur Marques de Lima Silva nascido em Senhor do Bomfim/Bahia,em 23/10/1968 residindo ha 40 anos em Alagoinhas/Ba filiação Idete dos Santos Silva e Domingos Marques da Silva (In Memoriam); formada pela UNEB Universidade do Estado da Bahia em letras vernáculas, em 1996.


Começando a escrever aos 12 anos, participação das letras em Teatro e música da escola Euterpe dessa cidade já desabrochava versos e prosas.


Não parando de escrever passa a participar da Casa do poeta dessa cidade desde 2011.


Publica pela Palavra é arte, em formato físico, uma antologia poética (em sua 14ª Edição/2ª Impressão) com 15 poesias participativas junto com o poeta/escritor Gilberto Martins em 2016.


Membro vitalício da ABMLP - Academia Biblioteca Mundial de Letras y Poesia.


Membro acadêmico da ALEGRO - Academia de Letras Guimarães Rosa.


Membro do Recanto das Letras desde 2015.


Membro participativo em vários grupos de poesia no facebook.


Escrevo por que acredito que a única forma de humanização do ondivíduo está no conhecimento no seu conjunto e do ser individual. E a morte é a única biografia da vida, então na minha simplicidade busco o viver contínuo da humildade e do amor.


1.1- Poesia do Acadêmico:


LUZ DO TEMPO


Foi-se…

Embora ficasse as marcas do rosto,

Na boca um sorriso maroto.

Que ainda persiste ficar,

No semblante cansado de um dia garoto.


Foi-se…

Embora ficasse o gosto da juventude,

Da esperança que não cansa…

Dos seus sonhos sonhados

Quando ainda criança.


Mas, às vezes com a fotografia nas mãos,

E o espelho à frente…

Vejo que a fotografia no passar dos anos persistentes…

Mostra duas imagens diferentes.


Arthur Marques de Lima Silva

Alagoinhas, 28 de agosto de 2023.

Direitos Autorais Reservados

Lei nº 9.610/98




2- Panegírico do Patrono — Castro Alves:


De nome Antônio Frederico de Castro Alves, nascido em vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, também conhecida como Curralinho, em

14 de Março de 1847 e falecido em 6 de Julho de 1871, nasce e falece na Bahia.


Filho de Antônio José Alves e Clélia Brasília da Silva Castro, que falece de problemas pulmonares quando o poeta tinha 12 anos. Ele sofre a perda do pai falece em 1866, sete anos depois.


Como aluno do Colégio Baiano, publicou em vários jornais versos em "homenagem poética", composta de oito sextilhas com sete sílabas, ao "mestre do coração", Dom Antônio de Macedo Costa, que falecera.  


O poeta estudou no colégio Abílio César Borges, futuro barão de Macaúbas, e no colégio já demonstrava vocação apaixonada e precoce pela poesia. 


Após o segundo casamento do pai (1862) muda-se com o irmão mais velho para Recife para tentar ingresso no curso de Direito mas a poesia o sufocou. Em 1863 publica "A Canção do Africano" (no primeiro número do jornal Primavera). Desse período chegaram até nós os poemas "Pesadelo", "Meu segredo" e "Cansaço".


Em 1865 integra-se à vida literária. Nesse ano, acompanhado por Fagundes Varella (1841-1875) aos 10 de agosto recitou "O Sábio" na Faculdade de Direito.

Inicia sua paixão pela atriz portuguesa Eugênia Câmara que o apoiou severamente em suas inspirações (várias discussões o faz separar-se dela).


Escreve o poeta Castro Alves o drama "Gonzaga" que o consagra retirando o poeta da Bahia e o sucesso foi unânime.


Castro Alves era um poeta que se consagrou como abolicionista, sob epíteto de "o poeta dos escravos", mas sua poesia obtinha outras tendências literárias como o humanismo, romântico com sua utopia ilustrada da época, sendo o representante da poesia condoreira (poesia voltada à exterioridade social) no Brasil. 


Em 1868, após breve passagem pela capital baiana, instalou-se em São Paulo com o objetivo de concluir o bacharelado iniciado no Nordeste. Na capital do Sudeste, estabeleceu contato com importantes intelectuais, como Rui Barbosa (1849-1923) e Joaquim Nabuco (1849-1910).


Retorna a sua cidade de onde partira forte,  cheio de confiança e audácia, voltando com a alma saturada de amargura.


Doente de tuberculose em 1870 o poeta escreve e publica seu único livro em vida "Espumas Flutuantes", mas obtinha diversas obras em andamento uma delas 

conhecida como o "Poema dos Escravos" que ficou inacabada, e a série de poemas sobre a escravidão.


Falece o poeta em 1871 aos 24 anos de idade vítima de um acidente de arma de fogo, que lhe atinge o pé e já bastante debilitado, Castro Alves deixa a cena poética para entrar na história literária com um legado a abolição da escravatura no Brasil de forma incólume e inatingível. 


Posteriormente a sua morte foram publicados:

・A cachoeira de Paulo Afonso (1876);

・Os escravos (1883);

・Obras completas (1921), em que consta o livro inédito Hinos do Equador.


2.1- Poesia do Patrono:


                   O LAÇO DE FITA

                      Castro Alves


Não sabes, criança? 'Stou louco de amores…

Prendi meus afetos, formosa pepita.

Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!

Não rias, prendi-me 

                  Num laço de fita.


Na selva sombria de tuas madeixas,

Nos negros cabelos de moça bonita,

Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,

Formoso enroscava-se

                     O laço de fita.


Meu ser, que voava nas luzes da festa,

Qual pássaro bravo, que os ares agita,

Eu vi de repente cativo, submisso

Rolar prisioneiro

                         Num laço de fita.


E agora enleada na tênue cadeia

Debalde minh'alma se embate, se irrita…

O braço, que rompe cadeias de ferro,

Não quebra teus elos,

                        Ó laço de fita!


Meu Deus!  As falenas têm asas de opala,

Os astros se libram na plaga infinita.

Os anjos repousam nas penas brilhantes…

Mas tu…tens por asas

                       Um laço de fita.


Há pouco voavas na célere valsa,

Na valsa que anseia, que estia e palpita.

Por que é que tremeste? Não eram meus lábios…

Beijava-te apenas…

                Teu laço de fita.


Mas ai! findo o baile, despindo os adornos

N'alcova onde a vela ciosa…crepita,

Talvez da cadeia libertes as tranças

Mas eu…fico preso

                No laço de fita.


Pois bem! Quando um dia na sombra do vale

Abrirem-me a cova…formosa Pepita!

Ao menos arranca meus louros da fronte,

E dá-me por c'roa…

                      Teu laço de fita.


S.Paulo, julho de 1868







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