20 setembro 2023

Caldre e Fião, considerado o patriarca da literatura gaúcha


José Antônio do Vale Caldre e Fião (Porto Alegre, 15 de outubro de 1821 — 30 de março de 1876) foi um escritor, jornalista, político, médico e professor brasileiro. É considerado o patriarca da literatura gaúcha.


Caldre e Fião exercia a profissão de boticário em Porto Alegre, mas mudou-se para o Rio de Janeiro durante a Guerra dos Farrapos, onde exerceu o magistério, ensinando francês, italiano, latim, filosofia e ciências naturais no Colégio Estrela. É provável que tenha se mudado com o objetivo de estudar medicina, pois frequentou a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e estudou homeopatia, tendo abandonado a carreira de professor. Foi membro do Instituto Homeopático do Brasil.

Em 1845, depois de haver concluído os estudos na Academia de Medicina do Rio de Janeiro, fundou o "Philantropo", jornal de propaganda abolicionista, de enorme destaque naquele tempo.
           O aparecimento dessa folha, que defendia os cativos, causou abalo naquele meio completamente infenso às idéias liberais.
           Perseguido e ameaçado em sua vida pelos que viviam à custa do suor do escravo, por insistência de amigos abandonou o Rio de Janeiro e veio clinicar no Rio Grande do Sul, onde, em pouco tempo, se tornou popular, pela competência e sentimentos humanitários".

Já na recepção no Porto de Rio Grande, Caldre e Fião fez veemente discurso contra a escravidão e disse das perseguições que sofrera como abolicionista, mas nunca relacionou o desaparecimento de seus romances a atitudes alheias.

Foi jornalista já no Porto de Rio Grande com O Rio-Grandense. 

Em Porto Alegre, foi o redator principal de O Conciliador e depois passou a trabalhar no importante A Reforma, órgão oficial do Partido Liberal. Neste jornal de circulação diária, conviveu com Carlos Von Koseritz, Florêncio de Abreu, Timoteo Pereira da Rosa, Felix da Cunha e Eleutério de Camargo.

Embora desde sua chegada praticasse a Medicina, só passou a ser notado por ocasião do surto epidêmico de cólera que atingiu Porto Alegre em 1867. O jeito de cuidar dos doentes revelou o destino que lhe estava reservado como médico dos pobres na capital gaúcha e em São Leopoldo.

Até o fim da vida, Caldre e Fião morou e comportou-se pobremente. 

Guilhermino Cesar disse que "o médico matou o romancista", mas Carlos Reverbel ressaltou que a Medicina não matou o abolicionismo em Caldre e Fião. Não apenas escrevia artigos candentes contra a escravatura, desenvolvia atividades práticas em favor dos escravos, como quando acolheu no sítio de sua propriedade, próximo de São Leopoldo, crianças negras abandonadas em função da Lei do Ventre Livre, já que os senhores mantinham as mães no cativeiro.

Caldre e Fião foi investido como presidente honorário pelos jovens integrantes no Parthenon Literário, mas poucos trabalharam tanto quanto ele, que se tornou um símbolo vivo da instituição. 

Pobre, sem poderes, envelhecido, continuava a viver o ideal de servir aos outros como jornalista e escritor, como abolicionista e educador ou na sua vigília de médico eternamente de plantão.

José Antônio do Vale Caldre e Fião faleceu em Porto Alegre no dia 19 de março de 1876. D. Maria Isabel, a esposa carioca, sobreviveu-lhe sem filhos. 

Ainda em vida, Caldre e Fião teve seu nome dado a uma rua de Porto Alegre e a um bairro de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. 

Obras:
- Elementos de Farmácia Homeopática, 1846;
- A Divina Pastora, romance, 1847;
- Elogio Dramático ao Faustosíssimo Batizado do Príncipe Imperial D. Pedro, poesia, 1848;
- Imerisa, romance, 1848;
- O Corsário, romance, 1849

Observação: O Corsário encontra-se disponível para leitura no Google books.

Fontes: 
1. Wikipédia
2. www. camara. leg. br 
Sessão: 190.4.53.O
Data: 10/11/2010
Discurso proferido às 18:28
Orador: GERMANO BONOW-RS

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