13 de maio - A Lei Áurea e os escritores abolicionistas
1— A data
2— Abolicionismo e escritores ativistas
3— Luis da Gama
4— A escravidão: Poesia de Tobias Barreto
1— A data:
A data comemora o fim da escravidão no Brasil oficialmente através da Lei Áurea (Lei da Abolição da Escravatura) assinada pela princesa imperial do Brasil, Isabel, que a sancionou em 13 de maio de 1888. A data foi feriado nacional até 15/12/1930, quando a condição foi revogada através da Lei nº 19.488, assinada pelo ex-presidente Getúlio Vargas.
2— Abolicionismo e escritores ativistas:
O abolicionismo foi um movimento político que visou à abolição da escravatura e do comércio de pessoas oriundas da África. Desenvolveu-se durante o iluminismo do século XVIII e tornou-se uma das formas mais representativas de ativismo político do século XIX.
No Brasil, Bernardo Guimarães, Luís Gama, Castro Alves e Narcisa Amália foram alguns dos escritores que se dedicaram a lutar pela abolição através de suas obras e publicações através de livros, jornais e periódicos.
Luís Gama foi o multitarefas dentre todos os expoentes desta luta, pois valeu-se dos tribunais, de seus próprios recursos financeiros além de seu material publicado para libertar pessoas que se encontravam vitimadas pelo regime escravocrata.
3— Luís da Gama:
Luís Gonzaga Pinto da Gama (21 de junho de 1830—24 de agosto de 1882) foi advogado, orador, jornalista, escritor, abolicionista e Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil.
Nasceu de mãe negra livre e pai branco. Feito escravo aos 10 anos, permaneceu analfabeto até os 17; judicialmente obteve a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos. Aos 19 anos publicou o 1° texto, aos 29 era autor consagrado e considerado como "o maior abolicionista do Brasil".
Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata, e também, o único a ter vivido em cativeiro.
Sua obra está reunida em 10 volumes, e apesar de ser um dos expoentes do romantismo, muitas obras didáticas sequer mencionam seu nome.
Teve uma vida ímpar, e para o historiador Boris Fausto, Luís foi dono de uma "biografia de novela".
Desde 2018 seu nome está inscrito no Livro de Aço dos heróis nacionais. Magnum opus: Primeiras Trovas Burlescas do Getulino, publicada no ano de 1859.
4— A escravidão: Poesia de Tobias Barreto
Tobias Barreto de Meneses (7 de junho de 1839—26 de junho de 1889) foi um filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro e fervoroso integrante da Escola do Recife, um movimento filosófico de grande força calcado no monismo e evolucionismo europeu. Foi o fundador do condoreirismo brasileiro. Dedicou sua influência para sensibilizar a sociedade da época com uma poesia publicada em 1868 em folhetins e jornais. Ela faz parte do livro "Dias e Noites", publicado após sua morte, em 1893, sendo integrante da série Parte I - Gerais e Naturalistas (BARRETO, Tobias. Dias e noites. Org. Luiz Antonio Barreto. Introd. e notas Jackson da Silva Lima. 7.ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Record; Brasília: INL, 1989. p.122. Obras completas).
A Escravidão
Se Deus é quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em seu delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus!...
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