12 março 2023

12 de março - Dia do Bibliotecário

12 de março - Dia do Bibliotecário

1. O decreto 84.631/80,  instituiu o Dia do Bibliotecário comemorado em todo Brasil em 12 de março, data de nascimento de Manoel Bastos Tigre.


2. A importância de Manoel Bastos Tigre: 


2.1- Pequena biografia: 

Manoel Bastos Tigre foi bibliotecário, engenheiro, jornalista, compositor e publicitário. Um homem que não somente fazia humorismo, tinha horror à tristeza. Foi essencialmente um poeta. Nasceu no dia 12 de março de 1882, em Recife, Pernambuco; faleceu em 2 de agosto de 1957, na cidade do Rio de Janeiro.

      A poesia foi seu divertimento e seu ganha-pão. Iniciou sua carreira literária quando era estudante de Engenharia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Sua produção poética foi copiosa e de variado estilo – satírico, humorístico, filosófico, lírico e religioso. Durante sua longa carreira, Bastos Tigre usou pseudônimos diversos, sendo o mais conhecido ‘D. Xiquote’. 

      Em 1906 resolveu fazer aperfeiçoamento em eletricidade, no Estados Unidos. Uma vez lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal. Esse encontro foi decisivo na sua vida, porque, em 1915, aos 33 anos de idade, largou a engenharia para trabalhar com a biblioteconomia.

      Considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, prestou concurso para ingressar no Museu Nacional do Rio de Janeiro como bibliotecário e assim se classificou em primeiro lugar, com o estudo sobre a Classificação Decimal. Transferido, em 1945, para a Biblioteca Nacional, ficou até 1947, assumindo depois a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil, na qual trabalhou, mesmo depois de aposentado, junto ao reitor da instituição.


• Manuel Bastos Tigre trouxe grande contribuição social e cultural para o Brasil, por isso, a data de seu nascimento celebra o dia daqueles que comungam o mesmo objetivo: disseminar informação e conhecimento a fim promover o desenvolvimento cultural e social do país


2.1.1- O começo:

Aos vinte anos ingressou no Correio da Manhã, onde escreveu ininterruptamente até sua morte, em 1957. Sua seção diária no jornal, Pingos e Respingos, foi a de mais longa duração que se tem notícia - cinquenta e três anos dedicados ao comentário dos fatos mais notáveis da vida carioca. Graças ao seu bom humor, adquiriu rapidamente grande popularidade. Lima Barreto dizia que Bastos Tigre usava da literatura para impressionar e conquistar as mulheres.

      Em 1915, exerceu o cargo de Secretário do Ministro da Agricultura, e no mesmo ano iniciou sua carreira de bibliotecário, ficando em primeiro lugar no concurso para o Museu Nacional, posição que alcançou com estudo sobre o Sistema de Classificação Decimal, técnica que conheceu enquanto morava nos EUA.

      Escreveu para quase todos os jornais cariocas crônicas que se caracterizavam pela leveza do estilo e fino sabor humorístico com que tratava todos os assuntos, mesmo os mais sérios. No teatro, escreveu para vários gêneros – comédia, opereta, revista musical. No rádio, foi um dos iniciadores da radionovela, sendo de sua autoria os primeiros sketches que foram para o ar através das emissoras cariocas.


2.1.2- Atuando na publicidade: 

Escrevia com a mesma inspiração sobre o amor e sobre um produto. Fez da poesia, a propaganda. Foi ele quem iniciou no Brasil a literatura publicitária. Emplacou o slogan “Se é Bayer é bom” e disseminou seus versos pelos bondes do Rio de Janeiro para produtos da época.


2.1.3- Atuando na música:

O poeta foi ainda autor de letras de música e vários hinos premiados em concursos e oficialmente adotados. Um dos seus primeiros sucessos foi no carnaval de 1906, com a música "Vem cá mulata" em parceria com Arquimedes de Oliveira.

      Ao lado de Ary Barroso compôs o primeiro jingle das rádios: a marchinha “Chopp em Garrafa”. Gravada por Orlando Silva, a música se tornou hit de carnaval. O tema ajudou a Brahma a alcançar a produção de 30 milhões de litros de cerveja, um recorde à época.

      No ano de seu falecimento, escreveu a Canção de Brasília, cantada na inauguração do Catetinho, com música de Dilermando Reis.


2.1.4- Atuando na literatura:

Obras publicadas

• Saguão da Posteridade. Rio de Janeiro: Tipografia Altina, 1902.

• Versos Perversos. Rio de Janeiro, Livraria Cruz Coutinho, 1905.

• O Maxixe. Rio de Janeiro : Tipografia Rabelo Braga, 1906.

• Moinhos de Vento. Rio de Janeiro : J. Silva, 1913.

• O Rapadura. Rio de Janeiro : Oficina do Teatro e Esporte, 1915.

• Grão de Bico. Rio de Janeiro : Turnauer & Machado, 1915.

• Bolhas de Sabão. Rio de Janeiro : Leite Ribeiro e Maurillo, 1919.

• Arlequim. Rio de Janeiro : Tipografia Fluminense, 1922.

• Fonte da Carioca. Rio de Janeiro : Grande Livraria Leite Ribeiro, 1922.

• Ver e Amar. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1922.

• Penso, logo... eis isto. Rio de Janeiro: Tipografia Coelho, 1923.

• A Ceia dos Coronéis. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1924.

• Meu bebê. Rio de Janeiro : P. Assniann, 1924.

• Poemas da Primeira Infância. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1925.

• Brinquedos de Natal. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1925.

• Chantez Clair. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1926.

• Zig-Zag. Rio de Janeiro, 1926.

• Carnaval: poemas em louvor ao Momo. Rio de Janeiro, 1932.

• Poesias Humorísticas. Rio de Janeiro : Flores & Mário, 1933.

• Entardecer. Rio de Janeiro, 1935.

• As Parábolas de Cristo. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.

• Getúlio Vargas. Rio de Janeiro : Imprensa Nacional, 1937.

• Uma Coisa e Outra. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.

• Li-Vi-Ouvi. Rio de Janeiro : J. Olympio, 1938.

• Senhorita Vitamina. Rio de Janeiro : Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, 1942.

• Recitália. Rio de Janeiro : H. B. Tigre, 1943.

• Martins Fontes. Santos : Sociedade dos Amigos de Martins Fontes, 1943.

• Aconteceu ou Podia ter Acontecido. Rio de Janeiro : A Noite, 1944.

• Cancionário. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.

• Conceitos e Preceitos. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.

• Musa Gaiata. São Paulo : O Papel, 1949.

• Sol de Inverno. Rio de Janeiro, 1955.


*Dica literária: 

O livrinho Migalhas de Bastos Tigre, da Editora Migalhas, foi lançado no dia 11 de novembro de 2013, na tradicional  Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro. Este, reúne mais de trezentas frases e aforismos extraídos dos livros, novelas e poemas publicado por Manoel Bastos Tigre. 


• Fontes: Wikipédia, Migalhas, biblio . info e bndigital.

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